O Brasil possui milhares de pequenas propriedades rurais e quase todas despejam os dejetos do banheiro nas chamadas “fossas negras“, que são buracos feitos no solo, sem nenhum tratamento. O local, geralmente pouco distante da casa, é proibido para as crianças por causa do risco de contaminação e do perigo de alguém cair lá dentro, já que a estrutura é precária e coberta por pedaços de pau e zinco. Quando uma fossa negra está cheia, outra é construída e aquela é coberta por terra e cal. O líquido é absorvido pelo solo, causando contaminação da água, que mais tarde será consumida e usada na irrigação.
A falta de saneamento é a causa principal das doenças e internações hospitalares.
Uma solução simples e barata é construir uma “fossa séptica biodigestora”, que protege o solo e a água de contaminação, além de produzir um excelente adubo.
A construção pode demorar entre 20 e 30 dias, dependendo da mão de obra disponível. A Embrapa possui um kit que desenvolveu, mostrado pelo Globo Rural de 24 de julho de 2011. A estrutura é composta por três caixas com capacidade para mil litros cada, feitas de manilhas de concreto (se preferir utilize caixas d’agua de fibra de vidro), sendo usadas duas manilhas em cada caixa, uma em cima da outra.
A primeira fase dá início à fermentação dos dejetos. Conforme vai enchendo, o líquido passa para a segunda caixa, completando o processo de fermentação.
A terceira caixa estará, após 30 dias, com um líquido que pode ser usado na irrigação de árvores frutíferas e culturas onde não haverá o consumo direto.
Não deve ser usado em hortaliças. Se não quiser utilizar o efluente como adubo e utilizá-lo somente para irrigação, coloque na terceira caixa um filtro de areia e brita nº 1 e 3 (10 cm de cada), que permitirá a saída de água sem excesso de matéria orgânica dissolvida.
Antes da entrada da primeira caixa há uma válvula de retenção, que permite a entrada do esgoto mas impede o retorno. Neste local deve ser colocado, a cada 30 dias, uma mistura de dez litros de esterco bovino dissolvido em dez litros de água.
Entre as caixas há sempre uma válvula de inspeção.
Por conta da fermentação dos dejetos, as tampas das duas primeiras caixas devem ter uma saída, ou válvula de escape, para eliminar os gases produzidos.
O fundo de cada tanque deve ter uma camada de 15cm de concreto.
Uma estrutura com três caixas de mil litros cada, pode atender a uma família de cinco pessoas. A fossa séptica deve coletar apenas o que vem do vaso sanitário.
Para quem quiser saber mais sobre a construção de fossas sépticas basta escrever para a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral no seguinte endereço:
CATI
Av. Treze de maio, 946
Jaboticabal – SP
CEP 14870-160