Poupar ou gastar?

Costumo ouvir os comentários do Max Gehringer para a Rádio CBN. Sempre são objetivos e muito esclarecedores, orientando bem aos que enfrentam os mares bravios do mercado de trabalho.

Outro dia ouvi a gravação de um desses comentários. Era uma gravação, talvez de um programa antigo, não mais disponível no site da rádio, o que é uma pena. Falava da dúvida que temos ao decidir entre poupar ou gastar aquilo que ganhamos.

Max Gehrinher comentava um e-mail que recebeu de um ouvinte, já aposentado, que quando jovem aprendeu que deveria escutar os mais velhos, pela sua experiência, e que hoje, mais velho, ouve que os jovens são mais inteligentes. Conta ele que um desses gurus das finanças, jovem executivo, aconselha a poupança, e mostra por estatísticas matemáticas que abster-se de um cafezinho por dia representará uma economia considerável, no fim de 40, 50 anos. Cortar jantares em restaurantes, pizzas, viagens, roupas caras, ítens supérfluos, farão que sua conta bancária passe de um milhão de reais quando se aposentar.

Sabe o que esse dinheiro me permitiria fazer? – pergunta o ouvinte.

– Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar com ítens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que eu quisesse   e tomar cafezinhos à vontade. Por isso, sinto-me feliz em ser pobre, gastei meu dinheiro com prazer e por prazer e recomendo aos jovens e brilhantes executivos que façam a mesma coisa que eu fiz. Caso contrário, eles chegarão aos 61 anos com um monte de dinheiro, mas sem ter vivido a vida.

Está certo o ouvinte. Devemos viver o dia de hoje (Carpe Diem). Claro que devemos poupar uma parte do que recebemos. No futuro, distante ou próximo, poderemos precisar. Mas não devemos deixar de viver para juntar, juntar e juntar. Nosso corpo tem data de validade. Um dia a vida acaba. Para que acumular fortunas? Para deixar aos herdeiros? Estes também terão capacidade para trabalhar e ganhar seu sustento. Além disso, após a morte, na segunda geração você nem será lembrado. Quantos sabem os nomes de seus bisavós? O que faziam eles? De que gostavam? Como viviam? Lembre-se que, um dia não muito distante, você será um desses bisavós anônimos e desconhecidos. Resta a você decidir como terá vivido a vida na Terra.

Ouça:

Viver ou juntar dinheiro