Saindo do vermelho

Sair do vermelho é tão fácil quanto parar de fumar. Muitos já tentaram e alguns conseguiram. Há aqueles que acham tão fácil, tão fácil, que já sairam do vermelho e pararam de fumar diversas vezes. E acabaram voltando.

Mais do que uma questão de comportamento, os baixos salários e as exigências de uma Sociedade competitiva contribuem para o endividamento das famílias. É difícil resistir a tantos apelos, diretos ou indiretos, a que nos submetemos diariamente. As lojas cheias no período natalino, a obrigação de comprar presentes, são hábitos que deveriam ser abolidos. Fazemos dívidas comprando aquilo que não precisamos, gastando o dinheiro que ainda não ganhamos, para agradar pessoas das quais não gostamos. Quase sempre é assim. E entramos num turbilhão de dívidas do qual, com os juros altíssimos cobrados por bancos e financeiras, é quase ímpossível sair.

O primeiro passo para reverter a situação é parar imediatamente de gastar e identificar o inimigo. Anote as suas obrigações mensais e tudo que está devendo. Cartões de crédito, cheque especial, empréstimos, devem ser relacionados à parte para uma futura renegociação.

Dos seus gastos normais, analise cuidadosamente os que são realmente necessários e os que podem ser cortados. Quem sabe aquela assinatura de revista, e tantas outras despesas pequenas que, somadas, causam um estrago no orçamento.

A sua renda líquida deve ser destinada aos pagamentos básicos, aqueles que são importantes, como aluguel, condomínio, luz, gás, telefone, alimentação, colégio das crianças e medicamentos.

DívidasSobrou alguma coisa? Se sobrou, é hora de renegociar as dívidas dos cartões de crédito e cheque especial. Escolha os prazos que sejam mais convenientes. Se possível, não faça empréstimos com prazo de pagamento superior a 18 meses. A prestação não vai cair tanto e o valor total a ser pago será muito maior. Não esqueça de calcular a taxa de juros efetiva do novo empréstimo que pretende fazer. Não aceite a inclusão de seguro prestamista, pois encarecem bastante a prestação. O site do Banco Central oferece um aplicativo que faz o cálculo para você. Lembre-se de que é melhor pagar 18 prestações de R$ 400,00 do que juros mensais de R$ 350,00 sem que a dívida seja reduzida. Portanto, renegocie sua dívida e esqueça o cartão. A grande armadilha das renegociações de dívidas é a possibilidade de continuar usando o cartão de crédito ou cheque especial, fazendo novas compras. Isso é o que de pior poderia acontecer. Renegociou a dívida, guarde ou cancele o cartão e peça para que o banco reduza o limite do cheque especial.

Paralelamente, é preciso aumentar a receita para poder arcar com as novas despesas. Sempre há algo que pode ser feito, como horas extras no emprego atual, dar aulas particulares, e tantas outras atividades que mais combinem com você. O importante é fechar  torneira de saída e abrir a de entrada.

Lembre-se de que sair do vermelho pode levar mais de um ano, mas o primeiro passo, o mais importante de todos, deve ser dado agora.

Mantenha tudo anotado, de preferência em uma planilha, e acompanhe mês a mês a redução de suas dívidas.

Boa sorte!

 

O risco das dívidas renegociadas por telefone

A maioria dos bancos e financeiras contrata empresas terceirizadas para fazer a cobrança de dívidas em atraso. Algumas instituições chegam a contratar mais de uma empresa de cobrança, cada uma delas oferecendo condições diferentes.

O Banco Itaú, que usaremos como exemplo, utiliza uma dessas empresas. Um leitor nos contou em detalhes o drama que passou, e ainda passa, ao tentar liquidar seus débitos junto a essa instituição financeira.

Tudo começou quando fez em cartão do Supermercado Extra (Itaucard Mastercard), administrado pelo Itaú, e um cartão  da Financeira Taií, também do Itaú.

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