Muitas dicas que escrevo são baseadas em situações reais e experiências desagradáveis vividas por mim ou por algum conhecido. Muitas vezes fica a dúvida: é melhor ser desconfiado ou confiar nas pessoas? E vem a resposta: “Seguro morreu de velho“.
Um amigo deixou o carro na oficina para fazer um pequeno serviço de lanternagem. Seriam necessários dois dias para a realização do conserto, já que a parte atingida precisaria de pintura.
O carro deu entrada num quinta-feira e deveria ser devolvido no sábado, pela manhã. Não foi. Por telefone, o dono da oficina alegou que faltava o polimento final e prometeu devolver o carro pronto na tarde da segunda-feira, o que de fato aconteceu.
Teria sido verdade? Haveria mesmo necessidade de retardar a devolução do veículo?
Tudo indica que não.
Embora o motorista não tenha anotado a quilometragem no momento em que deixou o carro, sabia que faltavam 100 ou 200 quilômetros para virar o milhar. Quando recebeu o carro, o algarismo dos milhares já estava virado, indicando que foram rodados mais de 200 km naqueles poucos dias em que o carro esteve sob a guarda da oficina. Mas isso era apenas desconfiança, apesar do motor não apresentar o mesmo desempenho de antes e, de vez em quando, engasgar. Ele, habituado a só abastecer com gasolina Podium, da Petrobrás, percebeu que havia algo estranho. Agora ele sabe que o carro foi abastecido, sabe-se lá com que combustível, para manter o nível do marcador na mesma posição em que estava antes e não denunciar o passeio não autorizado.
Quem usou o carro não tomou todos o cuidados necessários para encobrir o uso indevido do veículo e avançou um sinal, em plena madrugada de domingo. Ficou registrado e comprovado o delito. Além dos sete pontos na carteira e da multa, ainda há a amolação de ter que denunciar a oficina por crime de furto e suas consequências. Ninguém sabe o que fazia o carro na madrugada de domingo, rodando pelas ruas do subúrbio do Rio de Janeiro. Quem estava dentro? Estaria apenas passeando?
Aqui vai a dica: ao deixar o carro na oficina verifique a quilometragem e anote num papel. Peça para que o gerente dê recibo de recebimento do carro com data e hora, além de indicar a quilometragem e pertences do veículo, como estado dos pneus, etc. Ao receber o carro de volta verifique todos os ítens e reclame na hora caso algo esteja errado. Se necessário, registre queixa na delegacia mais próxima.
Desconfie sempre!