Um dos empregos do ponto-e-vírgula é separar orações de certa extensão.
“Se o homem corre trás do dinheiro, é ganancioso; se insiste em uma empresa útil, é um mero capitalista; se não procura consegui-lo, preguiçoso; se o consegue sem haver feito por onde, é parasita; se o acumula depois de árduo trabalho, nós o chamamos de estúpido por não ter sabido aproveitar a vírgula… a poupança, quer dizer.”
O ponto-e-vírgula também é usado para:
- Separar os considerandos de um decreto, uma petição, ou os itens de um artigo de lei, de sua enumeração.
- Não repetir o verbo: “Amadores construiram a Arca de Noé; profissionais, o Titanic.”
No fundo, no fundo, bem lá no fundo, para ninguém ouvir, o sinal é usado quando se quer dar à frase a entoação equivalente a um ponto, sem querer encerrar logo o período:
“Tio, vim aqui para cumprimentá-lo e saber de sua saúde; se aquele negócio foi bem-sucedido; se, por acaso, tem algum pra me arranjar; se pode ser, no máximo, para amanhã; o tio é quem decide, é claro.”
Do livro do Rogério Barbosa Lima, a Novíssima Gramática do Velho Português.